Começando do começo.

Achei nada mais que justo começar o meu blog com o verbo que, dos que me fazem, é um dos primeiros que eu tive contato: cozinhar.
Minha mãe sempre me contou histórias sobre as comidas que a minha avó paterna sabe preparar e como ela aprendeu muita coisa com ela. Sei de lasanhas, coxinhas, pudins de pão e feijoadas que são famosos e sempre desejei que a minha avó morasse perto pra eu roubar todas as receitinhas dela (o que aconteceu: minha batchan (avó em japonês) morava no Japão desde o ano em que nasci e voltou em abril desse ano para o Brasil)!
Quando eu era pequena, acho que tinha lá os meus cinco anos, lembro da minha mãe na cozinha, preparando bolos enormes com recheio de creme e rocamboles de doce de leite que ela costumava levar pra agência bancária onde ela trabalhava. Na época, minha mãe não trabalhava tanto quanto ela trabalha agora e, sempre que podia, ela gastava seu tempo cozinhando "gordices" pra levar pros funcionários da agência dela.
E, sempre que a minha mãe resolvia cozinhar, lá estava eu plantada na cozinha. Não sei dizer exatamente quando eu comecei a querer ajudar a minha mãe a cozinhar, mas lembro dela mandando eu pegar um copo de leite, jogar na massa, bater a margarina, os ovos e o açúcar até formar uma gemada branca e de como eu ficava brava que ela não deixava eu mexer depois que ela colocava as claras em neve e o fermento na massa do bolo.
E desde aí eu fui indo por esse caminho gastronômico. Lembro quando descobri uma receita de bolo que não vai leite e cozinha no microondas, de quando eu resolvi fazer arroz brasileiro quando estava sozinha em casa e deu tudo errado, de quando eu tentei fazer pães doces de limão e queimei todos e de outros inúmeros episódios que deram certo e errado.
Meu pai atualmente tem uma pizzaria. Acho magnífico que aqui em casa, meu pai trabalha com comida e minha mãe como executiva. Até hoje ainda sou apaixonada pela arte de cozinhar. Gosto de misturar sabores, de preparar jantares para os meus amigos e pra minha família, de refeições onde todo mundo fica junto (o que é raro), de ver alguém se satisfazer com algum prato que eu preparo, descobrir como ficam certas combinações de ingredientes, utilizar restos para preparar novos pratos, me demorar em detalhes para embelezar o prato e, é claro, de ver uma receita dando certo e comer muito.